segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SÍNDROME DE UM CONDENADO
Produto da cópula indecente
Filho da praga que hoje o mundo devora
Desprezível pela tísica do demente
Cria da ignóbil existência de outrora.

Divisor das putrefáticas sociedades
Hospedeiro do verme lazarento
Criador de bisonhas anormalidades
Monstro medonho do infecundo purgamento.

Resultado bastardo da nefasta noite de orgia
Sangue oriundo do útero neoplasicamente menstruado
Vaticinado na carniceira poligamia
Excremento pelo glúteo abortado.

Vítima de um mundo irracional
Segregação sem dó ou piedade
Visto como um leproso animal
Ante esta hipócrita sociedade.

Resto do que sobrou do obscuro cepticismo
Do proscrito homem amaldiçoado
Desde das entranhas já desgraçado
E inóspito no organismo.

A epidemia do sangue contaminado
Por um vírus nem nas trevas imaginado
Mas, fecundado e sobre este polenizado
Tornando-se o óvulo segregado.

A multiplicação das moscas pelo pus
Que do zigoto proliferando ao pó conduz
Durante o vôo sobre a podridão da santa cruz
Na velocidade de vinte mil milhões de anos-luz.

Verme no ínfimo da matéria carbonizada
Patologia pelo legista diagnosticada
Ainda que prematuramente analisada
Embrião na insignificante vida começada.

Síndrome da deficiência e da loucura
Reticência entre insanidade e razão
Agouro que mesmo morto não tem cura
Adquirida durante a hedionda concepção.

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