segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O RECÉM NASCIDO

A rua entupida de bueiros
Fermentando em meu pé massa fecal
Entope-me a fossa nasal
Do excremento lavado dos cueiros.

Era o nascimento da minha prole
Que já brotava com o legado da miséria
Trazia no peito a dispnéia
E no sangue o cromossomo de um pai miolo mole.

Louco, parecia ter vindo de um abismo profundo
Lábios, os mais formosos leporinos
Somos de sangue consangüíneos
Meu filho, já nasceu devorado pelo mundo.
Ao meu fulho, Paulo Josué sosinho

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