quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

GENEALOGIA DE UM VERME

Fator principal da transumância
gene universal do determinismo
principal reprodutor do naniquismo
calos que aram a terra em abundância.

Eterna cria da hegemonia
figura sem berço ou prosápia
filho proscrito da larapia
lúgubre no balança da carroceria.

Monstruosa criatura dos lazaristas
aberração no seio do antropomorfismo
vítima do sarcasmo e do cinismo
híbrido das criaturas teocentristas.

Da morte a certeza, da vida o contra tempo
herdeiro ímpar das marmitas sem alegria
heterogeneidade da desgraça e da alergia
de deus o simplório fragmento.

Verme da terra, sem terra
produto inorgânico da natureza
flagelo desde a inveterada realeza
insciente da inópia desta guerra.

Corpo retalhado, lombo pelo sol curtido
mão atrofiada, pela enxada sangrada
pé rachado, pela longa caminhada
pelo sistema sentenciado, pela lei cuspido.
TORRÃO GANGRENADO

Minha Terra tem cem terras
Sem-Terras existem por lá
os latifúndios que cá existem
não se comparam com os de lá.

Nosso Sul-Sudeste tem mais fumaça
nosso Nordeste tem mais sonho
nosso Norte mais desgraça
nosso Centro-Oeste mais pandemônio.

Não quero mais sepultar
os mortos de Marabá
nem mais a cena extrema
filmada em Diadema.

Nunca mais a campanária
maldita noite da candelária
viver também nunca mais
o massacre de Carajás.

Minha Terra tem Federal, Civil e PM
navegando num barco sem leme
no ônibus, que foi que não viu
o horror na linha 174 do Rio.

Creio que assistir outra vez eu vou
a história de Davi e Golias se repetir
e todos hão de comigo convir
que um jatinho derrubou um Boeing da gol.

Até quando irei saber
das desgraças das famílias
que saem dos decretos das “Brasílias”
para com vento a panela do pobre encher.

Queria nunca mais as discrepâncias
no meu sofrido Torrão
na máfia das ambulâncias
na cachorrada do mensalão.

Deus! Que eu não volte à Copacabana
para não ver o que será do Rio
ajudando a acabar com o meu Brasil
nessa traficante guerrilha urbana.
A TESUDA
Rumino na boca da tesuda que me chupa
Fujo para suas pernas e dali não saio
Sou agora nada mais que um servo, um lacaio
Nas mãos daquela que me deixa arrombar sua garupa.

Arrombo-lhe agora sua adocicada flor
a força que uso às vezes tapa
o finérrimo buraco de sua lapa
com minhas veias cheias de volúpia vigor.

Impossível não adorar sua língua
quando com saliva meu corpo banha
deliro com o néctar saído de sua entranha
sou seu escravo, nesse amor não morro à mingua.

Sento-a como uma dama em meu colo
ela diz-me que não é a posição dela
levo-a ao chão e a coloco como uma cadela
então sinto suas unhas arranhando o solo.

Só que ser possuída, estocada,chupada, amada
não se importa se é de dia ou de noite
só quer sentir o mais profundo açoite
viro-a e a vejo gemer na mais profunda penetrada.

Agora sinto seu tesão, sua fúria louca
sua mão num vai-e-vem inexorável
seu vigor parece inesgotável
então vejo meu leite jorrar em sua boca.
OS VERSO QUE PRA TI ESCREVI

Leny revivi os momentos que por ti me apaixonei
Na noite em que te conheci
os guardei, pois sentia o meu coração ardente
e pressentia que teu amor era meu, somente
desde então nunca mais a esqueci
e nunca a esquecerei.

Estarei fazendo por ti, versos de saudade
por toda a minha vida
farei versos de amor, de fantasia
farei para descobrir no sonho, a magia
de te amar tanto, minha querida
de sentir esse amor que minh'alma invade.

Nos meus dias de agonia
Irás lembrar do nosso amor de outrora
dos meus versos de encanto
e para enxugar o teu pranto
ajoelhar-te-ás ao pé da aurora
velando por mim todos os dias.

Andarás sempre pela vida afora
amargurando o pedido negado
era apenas gesto, um beijo
era o mais puro desejo
seria o quimérico legado
desse que se vai agora....

Também sentirás o vazio no peito
do amor platônico, insano
da vida que se desfez
e lembrarás outra vez
do louco amor profano
que jaz comigo no leito.

Sentarás sempre para o além-mar
Olhando a vaga que se levantou
Pela brisa do mar contente
De saber que nós fomos somente
O amor que a onda encantou
O prazer que nos fez amar.

Quando olhares e novamente para o mar sem fim
Então olha para o fundo desse mar
E lê o teu nome em todas as pérolas que estão aqui
Então verás que foi assim que eu morri
Querendo a mais linda das pérolas encontrar
Só pra te ver sorrindo pra mim.

Ainda quando pensares que te esqueci
vai ao santo cemitério
e lê tudo que em minha lápide jaz
e ao lê-lo então verás
que lá não há, e nunca haverá algum mistério
são somentes os versos que pra ti escrevi.

Sosinho Souza

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A DAMA DA NOITE

Oh! Luxuriosa dama
Nada em ti via de errado
Muito embora fosse pecado
Deitar-me contigo em tua cama.

Não amanhecia quando comigo estavas
Só anoitecia quando comigo deitavas
Não sei se por dinheiro me aceitavas
Só sei que com loucuras me amavas.

A muito não via tão bela formosura
Ao longe ouvia falar-te todo dia
Sabia que teu manto me cobria
E modelava-te em perfeita escultura.

Teu corpo com um raio de sol resplandecia
Ofuscando-me os olhos e a mente
Cegando-me ao teu ato indecente
Criando-me teu amor entre magia.

Oh! Bela e enigmática dama da escuridão
Cujos lábios inchavam em harmonia
O que eu chamava de amor sem hipocrisia
Os hipócritas chamavam de prostituição.

Queimava-me então a alma em ver-te
Tão pura e deslumbrante ante meu rosto
Que corava por achar-te ao meu gosto
E chorava por amar-te, mas, não ter-te.

Ah! Quando te despia em minha verde pradaria
E deitava-te no aconchego do meu abraço
Sentia a fragrância e o mormaço
Do teu colo que ante minha boca se abria.

Ah! Formosa quimera
Das noites de sonhos e fantasias
Morro no pecado de tuas bruxarias
E não fujo da inquisição que me espera.

De dia o pudor tu perseguias
À noite então te libertavas
Como Lucrécia de amar tanto, matavas
Que eras dama, no amar te esquecias.

Oh! Minha despudorada Cristela
Nada em ti era imperfeito
Adorava em afogar-me no teu peito
E sorria em ser também tua clientela.

Tua boca como um jardim em flor se abria
No teu céu via minha estrela vicejando
Morria como um colibri me embriagando
No néctar da flor que em tua boca refloria.

Toda noite eu morria por não te ver
Todo dia pra ti ver, eu ressuscitava
Era dia quando da morte eu acordava
Era noite quando eu acordava pra morrer.

Hoje enclausurado escrevo nesta parede
O porquê de tanta penitência
Esculpida nesta pedra sois minha demência
Vem amada minha, matar tanta fome, tanta sede.
DAS TRAÇAS ÀS BARATAS

 
Quisera não ver, a desgraçada fome
Sentado com o homem
Na mesa a pensar.

Quisera não ver, a maldita da sede
Deitada na rede
Com a mulher a sonhar.

Quisera não ver, o azedo desgosto
Do feto exposto
Para ciência avançar.

Quisera não ver, o abandonado roubando
Cola cheirando
Para poder se criar.

Quisera não ver, a amargo na língua
No dia da míngua
E o excluído a esmolar.

Quisera não ver, o funesto coveiro
Ganhar seu dinheiro
De uma mãe a chorar.

Quisera não ver, o coração do leproso
Ficar mais asqueroso
Por não poder mais beijar.

Quisera não ver, o tal pecador
Ser tão sofredor
Por não saber mais rezar.

Quisera não ver, o homem caindo
O sangue saindo
Com a morte a bailar.

Quisera não ver, a sina da Maria
Apanhar todo dia
E à noite ter que gozar.

Quisera não ver, o assalariado
Mais escravizado
E a miséria aumentar.

Quisera não ver, o ódio no rosto
Do atalaia no posto
E o inimigo ter que matar.

Quisera não ver, na guerra a batalha
Carregando a metralha
E a baixa ter que altear.

Quisera não ver, a sorte lançada
A paz alcançada
E o soldado ter que se armar.

Quisera não ver, as igrejas inchando
Os hipócritas rezando
E deus não poder perdoar.

Quisera não ver, o milênio romper
A terra aquecer
E o gelo avançar.

Quisera não ver, o dia sumindo
O armagedon surgindo
Para o mundo assombrar.

Quisera não ver, a tecla apertada
A ogiva acionada
Para a criança encantar.

Quisera não ver, a traça roer
A barata sobreviver
Quando cogumelo o mundo pasmar.

Quisera não ver, o furor do eclipse
No apocalipse
Quando a trombeta soar.
A PÁTRIA QUE ME PARIU

Eu sou desse país presidente
Eleito secretamente pelo povo
E estou aqui de novo
Pronto para estripar muita gente.

Eu sou dessa República Senador
Aprendi isso tudo em Roma
Para mim o povo todo é sarcoma
Por isso meto nele sem dor.

Desse povo sou federal
Sanguessuga também é o meu nome
E quanto o povo tem fome
Enfio nele o pau.

O maior eu sou do Estado
O governador liberal de vocês
E gozo feliz toda vez
Que vejo o povo enrabado.

Não me chamo mensalão
Mas, aprendi que roubar é normal
E digo como deputado estadual
Que o povo todo é bundão.

Eu sou o alcaide desalmado
Para muita gente o prefeito
E sei que o povo ri satisfeito
Quando é politicamente estuprado.

Eu sou o edil mais bizarro
Desse povo que me elegeu
Não foi ele quem me fodeu
Mas, foi nele que cuspi meu catarro.

Eu sou o famoso Zé Funil
O único que dá esclarecimento
E digo que a maior vergonha do Brasil
É o seu próprio parlamento.

Eu sou o povo desse Brasil
O meu direito ta na mão do bandido
Ta no carnaval, na minha magia
Por isso levo a vida sempre fodido
Porém, agradecendo a deus por minha agonia
Nessa pátria que me pariu.
DESTINO X CAMINHO
PRIMEIRA PARTE

Sempre procurei entender em vão
Destino e caminho, entre o certo e o errado
O certo seria por deus não ter perdão?
Ou o errado seria pelo diabo ser perdoado.

Então busquei na vasta sapiência dos loucos
O destino desse sábio parecer
O caminho me mostrou que eram poucos
Os loucos que me disseram que....

O destino de deus é o eclipse
O caminho do profeta a vaticinação
O destino da humanidade não seria o apocalipse
Se o caminho do anjo não fosse a celestial rebelião.

O destino de Adão é o paraíso
O caminho de Eva a costela
O destino de Caim seria o juízo
Se o caminho de Abel não fosse a cheirosa vitela.

O destino de Noé é a incerteza
O caminho do bicho a marca
O destino do dilúvio não seria a correnteza
Se o caminho do perdão fosse a arca.

O destino de Sodoma é a perdição
O caminho de Gomorra o mal
O destino de Lot seria o perdão
Se o caminho da teimosia não fosse a pedra de sal.

O destino de Abraão é a multidão
O caminho de Sarah é Agar se apartando
O destino de Ismael seria uma nação
Se o caminho de Isaque não fosse a fogueira queimando.

O destino de Israel é o cozido
O caminho de Jacó a mão
O destino de Esaú não seria esquecido
Se o caminho de Rebeca não fosse a enganação.

O destino de José é o Egito
O caminho do faraó a adivinhação
O destino do hebreu não seria aflito
Se o caminho do nilo não fosse a fertilização.

O destino do israelita é o edifício
O caminho da pestilência, Moisés
O destino do primogênito não seria o sacrifício
Se o caminho das pragas não fosse Ramessés.

O destino de Arão é o deserto
O caminho de Josué, o muro de Jericó derrubado
O destino do peregrino seria reto
Se o caminho do rebelde não fosse o bezerro sagrado.

O destino do redemoinho é a tentação
O caminho da mulher, a boca amaldiçoada
O destino da chaga seria a cicatrização
Se a lepra de Jô não fosse sagrada.

O destino da força é Sansão
O caminho do cabelo, o discernimento
O destino de Dalila não seria a traição
Se o caminho do enigma, não fosse a queixada do jumento.

O destino de Saul é o gigante
O caminho de Davi, Golias
O destino de Bate Sebá seria, amante
Se o caminho de Salomão não fosse Urias.

O destino da criança é a observação
O caminho da mãe, na dor de parir
O destino da espada não seria Salomão
Se o caminho da estulta não fosse fingir.
O destino da arca é a aliança

O caminho do templo o fim
O destino da Babilônia não seria a matança
Se o caminho de Nabucodonosor não fosse comer capim.

O destino da pedra é a torá
O caminho do papiro o budismo
O destino do pergaminho seria alá
Se o caminho do rolo não fosse a face do cristianismo.

O destino de Tibério é a depravação
O caminho de Messalina indigesto
O destino de Olívia não seria a depravação
Se o caminho de Calígula não fosse o incesto.

O destino de Nero é a loucura
O caminho de Baco a razão
O destino do cristão seria a armadura
Se o caminho da arena não fosse o leão.

O destino do espírito é o Jordão
O caminho do discípulo a fé
O destino do crente seria a ressurreição
Se o caminho da Voz no Deserto não fosse Salomé.

O destino de José é a escultura
O caminho de Maria a moldura
O destino de Madalena seria a pedra dura
Se o caminho de Jesus não fosse a sagrada escritura.

O destino de Judas é a traição
O caminho de Pedro a luz
O destino de Tomé não seria a visão
Se o caminho de Cristo não fosse a cruz.
DESTINO X CAMINHO
SEGUNDA PARTE

Ainda assim não conseguia mensurar
A distância entre certo e errado
O certo poderia sozinho caminhar
Ou o errado estaria umbilicalmente a ele ligado.

Foi então que o destino me ver fez
O difícil caminho de saber
Que o certo ta errado toda vez
Que o errado estiver certo porque....

O destino da cratera é o vulcão
O caminho do mar o seno
O destino de Gaia não seria a glaciação
Se o caminho do cósmico fosse abioceno.

O destino da espécie é o genocídio
O caminho da conquista o metal
O destino do caverna não seria o etnocídio
Se o caminho da lança não fosse letal.

O destino do nada é a escrita
O caminho do troglodita a mitose
O destino da caverna seria a escuridão infinita
Se o caminho do tudo não fosse a metamorfose.

O destino da comunidade é o nosso
O caminho da sociedade é, o meu e o seu
O destino do fraco não seria , o nosso é vosso
Se o caminho do forte, não fosse o teu é meu.

O destino de Tróia é a Micenas
O caminho de Aquiles, Heitor
O destino da Tessália seria as Helenas
Se o caminho de Paris não fosse sedutor.

O destino de Príamo é o Egeu
O caminho de Ulisses o cavalo de pau
O destino de Agamenon seria ateu
Se o caminho de Apolo não fosse Menelau.

O destina da grandeza é a Macedônia
O caminho de Alexandre a Alexandria
O destino do grande não seria a insônia
Se o caminho do pequeno não fosse maria.

O destino do Egito é a fertilidade
O caminho do Nilo a fartura
O destino do rei seria a imortalidade.
Se o caminho da pirâmide não fosse a sepultura.

O destino da Fenícia é o mar além
O caminho da nau o mar aberto
O destino do comércio não seria o armazém
Se o caminho do fenício não fosse o alfabeto.

O destino do senado são os tributos
O caminho do gladiador a epopéia
O destino de Roma seria Brutus
Se o caminho da revolução não fosse o mar da Galiléia.

O destino do senhor é a riqueza
O caminho do servo é o feudo
O destino do artesão não seria a pobreza
Se o caminho do burguês não fosse o capital pseudo.

O destino do profano é a santificação
O caminho do santo a profanação
O destino do padre seria a salvação
Se o caminho da freira não fosse a sedução.

O destino do andarilho é a Jerusalém
O caminho do cavaleiro a cruzada
O destino do papa seria o além
Se o caminho do nobre não fosse a espada afiada.

O destino do rato é o porão
O caminho da peste o oriente
O destino da mercadoria seria a comercialização
Se o caminho do burgo não fosse choro e ranger de dente.

O destino da nobreza é o absoluto
O caminho da bruxa a inquisição
O destino do miserável não seria o luto
Se o caminho de Joana não fosse a queimação.

O destino das trevas é a luz
O caminho da escuridão as Helenas
O destino das artes seria o pus
Se o caminho dos eruditos não fosse os mecenas.

O destino do sábio é a criação
O caminho de Erasmo a indecência
O destino de Calvino não seria a ambição
Se o caminho de Lutero não fosse a indulgência.

O destino do estudioso é a santidade
O caminho do pecador a heresia
O destino do cristão-novo não seria a sacanagem
Se o caminho do índio não fosse a companhia.

O destino do fardo é o lombo
O caminho do livre o ronco
O destino do negro seria o quilombo
Se o caminho do escravo não fosse o tronco.

O destino dos maias é o zero
O caminho dos astecas o coração ensangüentado
O destino dos incas não seria o clero
Se o caminho dos marajoaras não fosse o europeu contaminado.

O destino do império é o ouro
O caminho do derrama o legado
O destino de Joaquim seria o louro
Se o caminho de Tiradentes não fosse na forca esquartejado.

O destino do herói é o cadafalso
O caminho da louca a guilhotina
O destino do Boca seria o poema falso
Se o caminho do governador não fosse ave de rapina.

O destino do poeta é o segredo
O caminho da poesia a verborragia
O destino do inferno não seria o degredo
Se o caminho da igreja fosse a liturgia.

O destino do sacristão é a ladainha
O caminho da ordem a eucaristia
O destino do bispo não seria o coroinha
Se o caminha de cópula de padre e freira não fosse a sacristia.

O destino de Maria é o sertão
O caminho do cangaço, arisco
O destino de Cícero seria a compunção
Se o caminho de Lampião não fosse Corisco.

O destino de Canudos é a irmandade
O caminho da milícia o homicídio
O destino de Conselheiro seria a igualdade
Se o caminho do Estado não fosse o genocídio.

O destino do capitalismo é a crise
O caminho da guerra a fome
O destino do socialismo não seria reprise
Se o caminho da produção, não fosse a ganância do homem.

O destino da força é a apropriação
O caminho do trabalho a sangria
O destino da mão-de-obra não seria a escravidão
Se o caminho da jornada não fosse a famigerada mais-valia.