quarta-feira, 29 de julho de 2009

A BESTA
Afasto-me em vão da Besta incandescente
que como um ímã continua me atraindo
ela de súbito surge à minha frente cuspindo
toda melena sugada dessa gente.

Era o embrião da cianótica gangrena
que confirmava o limiar da podre mente
como a milenar estrela cadente
iluminando a prostituição de Madalena.

Maldizente será a leprosa da esquina
por não tê-la ajudado na agonia
sua mão esmiuçada que no chão caia
pedia à Besta um pouco de morfina.

Desconfia da mão que te abençoa
esta Besta tua face beijar nunca deixa
pois a boca que de dia te beija
é a mesma que à noite te amaldiçoa.

A besta nada viu de luz
no mancebo Jesus Cristo
que nunca pensou ser visto
como um herói pregado numa cruz.

Joana D’arc freneticamente galopava com a escória
em direção da fogueira.
Hitler por fazer tanta asneira
também se perpetuava na história.

A Besta não respeitou Lampião
via apenas o padre Cícero Romão
pregando sua maldita compunção
que na prática Virgulino era o ladrão.

Teme a Besta da eterna escritura
aconselhou Conselheiro no sofisma
beatificando um santo sem carisma
e Guevara um herói sem sepultura.

Fujo da Besta incandescente
mas não consigo dela me livrar
onde estou, esta maldita está
é o câncer que está na minha mente. 

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